Auto Esporte

05/07/2010 07h00 - Atualizado em 06/07/2010 18h11

Painéis reconfiguráveis irão equipar carros no Brasil em até 3 anos

Motorista poderá escolher informações, alterar cores e até inserir fotos.
Alto custo atrasa aplicação da tecnologia, mesmo em países desenvolvidos.

Milene Rios Do G1, em São Paulo

Daqui a dois ou três anos, estimam os especialistas, os veículos que circulam no Brasil poderão substituir o painel de instrumentos por um display de LCD reconfigurável. O motorista poderá mudar a apresentação gráfica e escolher as informações que quiser ver, como consumo de combustível, conta-giros, temperatura, tensão das baterias e o ângulo de inclinação (o velocímetro é obrigatório por lei). É possível escolher as cores de fundo, um desenho e até alterar a fonte das letras e dos números.

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Software permite que motorista mude a cor de fundo do painel de intrumentos e escolha as informações que achar mais importantesSoftware permite que motorista mude a cor de fundo do painel de intrumentos e escolha as informações que achar mais importantes (Foto: Milene Rios/G1)

Essa tecnologia já equipa os modelos mais luxuosos e carros-conceito de algumas marcas, como da alemã BMW e das norte-americanas Ford e General Motors (Continental e Cadillac).

“Apesar de os quadros reconfiguráveis já estarem disponíveis há algum tempo lá fora, é uma tecnologia que ainda está crescendo na indústria mundial”, diz o gerente de engenharia de desenvolvimento na área de painéis de instrumentos da Continental, Iaran Gadotti. “Mas quando ela vingar, o Brasil não vai demorar para tê-la, pois o consumidor não se contenta mais com carros básicos. Essa distância tecnológica entre Brasil e o restante do mundo diminuiu muito.”

De acordo com Iaran, a Continental já está preparada para atender essa nova demanda no Brasil, com projetos já em fase final de desenvolvimento. Eles levam em conta os softwares, a instalação e o suporte. “Em função dos inúmeros recursos que oferece, essa tecnologia custa atualmente até três vezes mais do que o painel convencional, mas a tendência é que com a demanda, os preços abaixem gradativamente até chegar aos modelos de entrada”, diz Iaran.

A Magneti Marelli também tem um software pronto com quatro opções de configurações pré-definidas que podem ser escolhidas pelo motorista. A primeira traz indicações analógicas do velocímetro, do conta-giros, do relógio, do marcador de temperatura e do nível de combustível que podem estar disponíveis em um fundo azul (Classic Blue) ou vermelho (Classic Red).

  Assista ao vídeo

Há ainda uma opção mais esportiva com velocímetro digital e conta-giros exponencial e uma off-road, que traz no lugar do conta-giros as informações de inclinação frontal e lateral do veículo. Em todas as configurações, as imagens captadas pela câmera instalada na porta traseira são reproduzidas do lado esquerdo do painel quando o motorista engata a marcha à ré.

“Agora estamos desenvolvendo um novo software que permitirá mudar o fundo do quadro com uma figura ou uma foto - como um desktop de computador -, terá mais opções de cores e irá interagir com o sistema GPS e com o aparelho celular”, diz o engenheiro de desenvolvimento da Magneti Marelli, Jean Lanssoni.

A Delphi já desenvolve esse tipo de tecnologia desde 1998 e, atualmente, tem softwares com mais de 200 opções de cores. “É uma tecnologia que a empresa domina, mas ainda é um investimento muito caro, pois exige a criação de um programa específico para cada montadora”, diz o diretor comercial da Delphi, Valdir de Souza. “Em contrapartida, as inúmeras possibilidades de configuração irão permitir que cada fabricante desenvolva seu quadro totalmente diferente das outras marcas.”

Apesar de ser semelhante a uma tela de computador ou de celular, a tecnologia empregada nos painéis de instrumentos reconfiguráveis é muito mais complexa, já que o dispositivo tem que ser resistente a altas temperaturas, vibrações e transmitir os dados em tempo real. “Por isso, o desenvolvimento não é tão simples, o que encarece o projeto e restringe a produção, mesmo nos países mais desenvolvidos”, afirma o diretor do comitê técnico da SAE Brasil, Ricardo Wetzel. “No Brasil a tecnologia está pronta, agora cabe às montadoras a decisão de adotar ou não em seus modelos.”

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